O Governo dos Açores está a desenvolver um plano de contingência para acolher emigrantes açorianos que possam ser deportados por Donald Trump, que tomará posse a 20 de janeiro como novo presidente dos Estados Unidos da América.
“Não é o cenário mais provável, mas estamos a preparar-nos para o pior”, afirmou hoje Paulo Estêvão, secretário regional dos Assuntos Parlamentares e Comunidades, numa conferência de imprensa na cidade da Horta. Ele admitiu que “centenas” de emigrantes açorianos, que se encontram em situação ilegal nos EUA, possam ser deportados.
Segundo Estêvão, a região já elaborou um relatório sobre o impacto que a “adoção de políticas mais restritivas”, após a eleição de Donald Trump, poderá ter na comunidade açoriana residente nos EUA, especialmente nos estados de Rhode Island, Massachusetts e Califórnia.
“O que estamos a fazer é preparar respostas na área da habitação, para que as pessoas não fiquem na rua, na área dos apoios sociais, na inserção ao nível do emprego, além de respostas na área da saúde e educação”, explicou o governante.
Paulo Estêvão expressou preocupação com as políticas anunciadas pelo Presidente eleito, mas lembrou que durante o primeiro mandato de Trump, menos emigrantes açorianos foram deportados para os Açores (20 em 2017, 25 em 2018, 18 em 2019, 11 em 2020 e cinco em 2021).
O maior número de deportações para os Açores, provenientes dos EUA, ocorreu entre 1997 e 2013, durante as administrações de George Bush e Barack Obama, quando mais de 800 açorianos em situação irregular foram obrigados a deixar o país.
