Montenegro defende que as reuniões discretas são “um traço de normalidade democrática e de maturidade democrática” que se deve manter, acrescentando que, quando era líder da oposição, também esteve em São Bento algumas vezes sem conhecimento da comunicação social.
Luís Montenegro diz que irá “esgotar todas as possibilidades” de diálogo para que o Orçamento seja viabilizado, “nos formatos mais adequados” a cada ocasião, dizendo haver tradição de reuniões com líderes políticos sem conhecimento da comunicação social.
O primeiro-ministro foi questionado sobre as reuniões que manteve com André Ventura e Rui Rocha, encontros não divulgados à comunicação social, após uma reunião em São Bento com a procuradora Geral da República, Lucília Gago, as ministra da Administração Interna e da Justiça, respetivamente Margarida Blasco e Rita Alarcão Júdice, com o diretor nacional da Polícia Judiciária, Luís Neves, e com o comandante geral da GNR, tenente general Rui Veloso.
“O primeiro-ministro recebe na residência oficial, semanalmente, muitas entidades ou representantes de entidades e muitas personalidades. E também recebe, de vez em quando, os líderes políticos. São muitos, não só aqueles que mencionou, aqueles que já por aqui passaram nos últimos meses”, disse, acrescentando que, quando era líder da oposição, também esteve em São Bento algumas vezes sem conhecimento da comunicação social.
Montenegro defendeu, até, que estas reuniões discretas são “um traço de normalidade democrática e de maturidade democrática” que se deve manter.
“O Governo vai esgotar, de forma paciente, de forma empenhada, de forma aberta, de forma dialogante, todas as possibilidades para que, na Assembleia da República, a proposta de Orçamento do Estado não seja inviabilizada. E, portanto, tudo aquilo que nós pudermos fazer para dialogar com os partidos políticos, nós fá-lo-emos, nos formatos que forem mais adequados em cada ocasião”, disse.
Na mesma questão, o primeiro-ministro foi instado a esclarecer quem está a dizer a verdade sobre a dificuldade de marcação de uma reunião com o secretário-geral do PS, que no domingo à noite gerou uma troca de comunicados entre Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos.
“Em primeiro lugar, prezo como primeiro-ministro, como aliás como cidadão, falar sempre a verdade. Já tive a ocasião de transmitir, em comunicado, a dificuldade que tive em agendar uma reunião com o secretário-geral do PS”, insistiu Montenegro.
Em segundo lugar, repetiu a ideia hoje veiculada num outro comunicado do seu gabinete: a de que em São Bento “não há reuniões secretas”, apenas algumas que são “conhecidas antecipadamente e têm o acompanhamento da comunicação social”.
“O Governo está empenhado em dar ao país um Orçamento do Estado para 2025 que esteja enquadrado no programa do Governo e que sirva o interesse do país e o interesse das pessoas”, acrescentou, numa curta resposta.