Senhor Presidente
Srs. Deputados
Srs. Presidente, Vice-Presidente e Membros do Governo
O PPM votará, favoravelmente, este Plano e este Orçamento. É lógico que o faça, estarão muitos a pensar. Afinal, o PPM integra o Governo Regional. Tem o dever de ser solidário e partilhar responsabilidades com o Governo Regional e os outros partidos do Governo.
Costuma ser assim. Devia ser assim. Mas nem sempre é assim. Alguns preocupam-se, sobretudo, com a sua própria sobrevivência política. Estão prontos para partilhar os êxitos, reclamar louros, mas são os primeiros a fugir do palco quando algo corre mal.
Apoio este Plano e Orçamento porque é o meu dever de lealdade. De responsabilidade. De solidariedade.
Mas também o faço porque sei que o caminho que estamos a seguir é o caminho certo. Na verdade, nem todas as estradas vão dar a Roma. Existem caminhos que levam a desertos e pântanos.
Neste momento, em que se completa o tempo de uma legislatura, os Açores conhecem 42 meses de crescimento económico contínuo.
Estamos a viver um crescimento económico sem precedentes. Vamos duplicar a riqueza produzida nos Açores no espaço de apenas 8 anos. Um feito extraordinário, nunca antes alcançado.
A economia dos Açores cria emprego como nunca. E nunca é mesmo nunca. Nunca existiu, nos Açores, tanta gente empregada, apesar de agora os Açores terem menos 100 mil habitantes do que tinham na segunda metade do século XX.
Nunca os nossos alunos, candidatos à entrada nas melhores universidades do país, superaram as médias alcançadas pelos alunos do território continental em disciplinas tão nucleares como a matemática e o português. Somos agora os melhores onde sempre fomos os piores.
Nunca os açorianos pagaram tão poucos impostos por comparação com os que pagam os continentais e os madeirenses.
Nunca se pagou tão pouco para viajar entre as nossas ilhas. Nunca tal foi possível. Nunca tal foi sequer pensado.
Estamos a convergir com o PIB per capita do país e da União Europeia. Isto quer dizer que estamos cada vez mais próximos dos rendimentos alcançados pelo resto dos portugueses e dos europeus. Estamos cada vez mais próximos. Cada vez mais iguais.
Melhorámos as carreiras dos funcionários públicos, que agora progridem mais rápido que em qualquer outro lugar do país. Ouviram bem: de Lagos a Monção, de Lisboa ao Funchal, ninguém progride profissionalmente mais rápido do que os açorianos.
Sim, aqui. Sim, nos Açores.
Meus senhores!
Por isso não me digam que este não é o caminho. O caminho errado era o outro.
O da estagnação económica e da pressão fiscal insuportável sobre a população.
Sim! Este é o caminho!
Não deixem que volte a conversa dos resgastes económicos. Do aumento de impostos ou dos rateios para poupar dinheiro. É tudo falso. Apenas querem vender medo. Medo de tudo, medo de nada. A contrapartida do medo é o regresso das dependências e do domínio de poucos em relação a muitos.
O medo é o verdadeiro criador da escravidão. Alimenta-se da ignorância e do engano. Os profetas do medo são os descendentes dos feiticeiros dos fogos. São os falsos profetas anunciados por Deus no Livro dos Livros. Não, não se deixem enganar pelos profetas do engano. Dos que anunciam trevas em manhãs radiosas.
Atentem numa coisa. A dívida dos Açores representará, este ano, 55,8% do PIB. A da Madeira é de 73,1% e a do conjunto do país é de 100,6% do PIB.
Em 2020, o Governo Regional do PS deixou uma dívida que representava 57,8% do PIB. Mais 2% que a atual.
Nós, que devemos menos que todos os outros, é que estamos pior que todos os outros? Nós, que crescemos economicamente mais que os outros, é que estamos pior que os outros?
Irmãos açorianos. Não se deixem enganar. Eles dizem uma coisa e querem dizer outra. Quando falam em resgate, querem dizer mais impostos. Quando falam em dívida, querem dizer diminuir salários.
Não é esse o caminho. Não é esse o nosso destino.
O caminho é continuar a crescer economicamente. Criar cada vez mais riqueza e emprego.
É o que estamos a fazer. É o que vamos continuar a fazer com este Plano e Orçamento.
Viva o progresso!
Viva os Açores!
Deputado João Mendonça