
Por iniciativa da SIC realizou-se no dia 15 de Setembro um debate com os candidatos à Presidência da Câmara de Lisboa com Carlos Moedas (PSD, CDS, IL), Alexandra Leitão (PS, PAN, Livre, Bloco), Bruno Mascarenhas (Chega) e João Ferreira (CDU).
Infelizmente a SIC preferiu excluir Tomaz Dentinho (PPM, PTP) que estava previsto integrar um debate semelhante programado para o dia 26 de Setembro e que, por razões que só podem ser políticas e não jornalísticas, foi excluído.
A moderação foi muito boa, com o mesmo tempo contabilizado para os 4 candidatos (17 minutos que teriam sido 13 com mais um participante) e com os temas que interessam aos Lisboetas (Desastre do Elevador da Glória, Habitação, Segurança, Mobilidade, Imigração e Higiene Urbana)
Sobre o Desastre do Elevador da Glória Carlos Moedas e Alexandra Leitão esperam que o inquérito revele falhas técnicas, Bruno Mascarenhas e João Ferreira referem a falta de investimento e falta de diálogo institucional. Penso que haverá certamente falhas técnicas que poderiam ser ou não corrigidas como investimento e diálogo institucional consequente. Mas o que falta é fazer com que o investimento e o diálogo sejam efetivos, e que a voz de quem avisa – neste caso dos guarda freios sobre os problemas de travagem – seja mais alta e escutada.
No que se refere à Habitação todos falaram em números de habitação social e apenas Bruno Mascarenhas referiu a necessidade de transferir as casas do município para os inquilinos e de acelerar o licenciamento de habitação. Julgo que é preciso passar a gestão da habitação para os privados ficando o município com a incumbência da provisão de serviços públicos promovendo o uso de espaços pouco ocupados e com melhor aptidão urbana nas freguesias ribeirinhas de Belém, Ajuda, Alcântara e Beato.
A Segurança foi um tema relevante e todos concordaram em aumentar o número de polícias municipais. Julgo que a segurança passa mais pela qualificação urbana na proximidade que não existe nos bairros sociais, não existe quando a rua é transformada em praça por falta de adros e terreiros e quando a imigração não é de famílias, mas de indivíduos. Basta olhar as partes da cidade que são mais seguras.
Falou-se pouco de mobilidade e sobretudo foram muito variadas as soluções e nunca havendo uma análise crítica entre essas soluções. Julgo que o igualitarismo na mobilidade aumenta o preço das habitações mais pobres da periferia sem estimular a construção. Julgo que na mobilidade deve haver mais concorrência entre o transporte público permitindo que a carris e os táxis coletivos concorram nos mesmos corredores. Julgo que o metro e os corredores dedicados para autocarros podem aumentar financiados pelas mais valias que geram nos percursos.
No que se refere à imigração o Bruno Mascarenhas argumenta que é um dos principais problemas da cidade e de Portugal e os restantes candidatos pouco dizem sobre este tema que faz perder votos. Pelo contrário defendo que o maior desafio que Portugal enfrenta nos próximos anos é a integração de migrantes assumindo que podem ser cidadãos dentro de pouco tempo se tiverem emprego, aprenderem nas escolas e se integrarem nas comunidades de proximidade; emprego têm, a proximidade entre famílias é natural em Lisboa e em Portugal, só falta uma escola ainda mais adequada a integrar crianças migrantes.
Finalmente, no que se refere à higiene pública poucas soluções se apresentaram. Creio que o necessário é que as pessoas, as casas e os prédios paguem a higiene urbana de acordo com o lixo que produzem o que não é difícil implementar se adaptarmos a prática da Irlanda e da Holanda em que o lixo indiferenciado é contabilizado por prédio quando é recolhido.
Também se falou da dívida da câmara, mas poucas soluções foram apresentadas para a resolver. Julgo que basta legislar para que o déficit seja nulo e pagar a dívida com a venda de património, e cobrar IMI de acordo com os serviços municipais prestados na vizinhança.
Boa escolha
Tomaz Ponce Dentinho
Candidato à Câmara de Lisboa pela Democrática Aliança (PPM/PTP)