Coligação assegura gestão “segura” da SATA após descalabro socialista

O deputado do PSD/Açores Paulo Simões acusou hoje o Partido Socialista de “esquecer todas as ingerências que as suas governações imprimiram na gestão do Grupo SATA”, cujos resultados “estão hoje à vista, pese embora o grande esforço da Coligação PSD/CDS/PPM para criar as melhores condições à companhia aérea açoriana”.

Sobre as atribulações da semana passada, Paulo Simões avançou que “ninguém cria nem ninguém controla as avarias e os incidentes de uma companhia aérea. Da mesma forma que ninguém controlou, em 2017, as avarias em três aeronaves, na gestão de Paulo Menezes, em que ficaram centenas de passageiros em terra”.

E realçou “a gestão segura que este Governo tem permitido ao Grupo SATA, depois dos vários anos de descalabro socialista na empresa, que resultaram nas avultadas dificuldades financeiras e endividamento da empresa, cujos funcionários continuam a revelar um elevado profissionalismo, como verificamos há poucos dias”.

O parlamentar traçou o histórico recente do Grupo SATA, dizendo que “só é preciso recuar até 2019, para aferir a gravidade dos problemas financeiros que apresentava”, pois nos meses de junho e setembro “a SATA não tinha dinheiro para pagar os ordenados aos seus funcionários, ou seja teve de fazê-lo a prestações”.

“Mas o descalabro começa em 2013, ainda era CEO António Gomes de Meneses, que fechou o ano com quase 35 milhões de prejuízos. Dizia então a deputada socialista Marta Couto, que um ano de maus resultados não faz o historial de uma empresa. Tudo certo, mas uma década de maus resultados fez o buraco e a falência técnica em que os governos do PS deixaram a empresa”, recordou Paulo Simões.

E, face ao que disse ter sido “um discurso repetido, durante 10 anos, pelo PS”, o deputado elencou “o que conseguiram os vários CEO da SATA, face às queixas sucessivas de intromissão do acionista Governo Regional na gestão da empresa: Desde logo António Gomes de Meneses, que teve um longo consulado entre 2007 e 2014, demitiu-se devido a constantes interferências do secretário da tutela Vitor Fraga na sua gestão. Depois, Luís Parreirão, que enterrou 42 milhões de euros no Cachalote, na espécie de estágio de um ano que fez na SATA”.

“Seguiu-se Paulo Menezes, que esteve três anos e também saiu por más relações com o Governo Regional. Depois, António Luís Teixeira, este um ano e pouco e também não se deu bem com o Governo. E finalmente Luís Rodrigues, que estava a fazer um bom trabalho, mas António Costa levou-o para a TAP. É este o histórico socialista na empresa”, afirmou o social-democrata.

“E se recuarmos mais no tempo, a ingerência dos governos socialistas, já tinha acontecido com Manuel António Cansado, o CEO de referência da SATA, que também saiu alegando divergências com o Secretário da Economia, face a opções estratégicas”, acrescentou.

Paulo Simões sublinhou igualmente que, “em 2018, Vasco Cordeiro dizia que os resultados da SATA não eram sustentáveis, sendo imprescindível colocá-la noutro patamar de sustentabilidade, isto num ano em que se acumularam 63 milhões de euros de prejuízo”.

“Ou seja, foram necessários 5 anos de prejuízos consecutivos, entre 2013 e 2018, para se chegar a essa conclusão brilhante”, avançou o deputado.

“Em 2014, Francisco César dizia que as rotas exteriores da SATA serviam o turismo açoriano, enchiam os nossos hotéis, pelo que deviam ser mantidas de forma lucrativa e sustentável”, recordou igualmente.

“Nessa altura, criavam-se rotas que davam prejuízo, com a ideia peregrina de que os turistas quando chegavam cá, deixavam rendimento na Região. Não só não deixaram rendimento na região, como contribuíram para o buraco da SATA, que estamos hoje todos a pagar”, reforçou.

De facto, a partir de 2013, já em pleno primeiro mandato de Vasco Cordeiro como presidente do governo, “a SATA fechou o ano com cerca de 16 milhões de euros de prejuízos, no ano seguinte teve 34 milhões, seguindo até aos 63 milhões de 2019, ou seja mais de um milhão de euros de prejuízo por semana”, referiu Paulo Simões.

“Os governos do PS entregaram a frota da SATA Air Açores ao Novo Banco, para poderem pedir dinheiro visando a renovação da frota da Azores Airlines, o que lhe retirou naturalmente margem de manobra negocial, para além de que a SATA Internacional, entre 2013 e 2019, foi responsável por 90% das perdas do Grupo SATA”, disse também.

“Estamos aqui a discutir os problemas da SATA, porque foram demasiados anos de incompetência governativa do PS a gerir aquele que é um ativo fundamental para os Açores”, concluiu o deputado do PSD.

PSD Açores

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